Uma das mais devastadoras tragédias humanitárias é o impacto que a separação ou desaparecimento de familiares tem sobre os indivíduos, famílias e a comunidade em geral. A crise no Afeganistão vem impactar ainda mais esta realidade e, mesmo tendo décadas de existência, a forma como se intensificou nos últimos meses já provocou milhares de mortos, centenas de milhares de feridos e um número ainda indefinido de desaparecidos. 

No Dia Internacional dos Desaparecidos, 30 de agosto, a Cruz Vermelha Portuguesa juntou-se a toda Rede de Laços Familiares da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho para assinalar o direito das famílias saberem o que aconteceu e onde estão os seus familiares desaparecidos devido a conflito armado, catástrofe ou outras crises.

Em todo o mundo, mais de 100.000 pessoas foram dadas como desaparecidas pelas suas famílias à rede da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. Infelizmente, esta é apenas uma fracção de todas as pessoas que se crêem desaparecidas no mundo inteiro devido a conflitos passados e atuais, outras situações de violência, catástrofes naturais ou migração. De facto, tais números revelam apenas parte da tragédia, uma vez que por detrás de cada pessoa desaparecida existem inúmeras outras afectadas, nomeadamente os seus familiares.  

Na Europa, além dos desaparecimentos ligados a conflitos e desastres, dezenas de milhares de migrantes foram dados como desaparecidos pelos seus familiares à rede da Cruz Vermelha.

Os familiares de uma pessoa desaparecida geralmente não descansam até saber o paradeiro do seu ente querido – se é que chegam a saber. O seu pesar pela perda e pela falta de notícias é agravado por outras dificuldades, como privações económicas e trâmites burocráticos. As famílias das pessoas desaparecidas têm necessidades específicas, múltiplas e interconectadas e, enquanto elas não são satisfeitas, as famílias muito dificilmente conseguem reconstruir as suas vidas.

Para ajudar essas famílias a procurar e restabelecer os contactos com os seus familiares desaparecidos na rota migratória para a Europa, a Cruz Vermelha lançou «Trace the Face».

«Trace the Face» é um site onde pode verificar se o seu familiar está à sua procura e encontrar os contactos da Estrutura da Cruz Vermelha mais próxima para o ajudar na sua procura.

Graças ao Trace the Face, em média a cada semana, uma família restabelece os contactos!

Se perdeu contacto com um familiar que vai para a Europa, podemos ajudá-lo.